quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Gostar de repetir a brincadeira mil vezes?

É normal!
A repetição de brincadeiras e histórias é essencial para o desenvolvimento infantil.

Aos 2 anos: uma bricadeira preferida entre os pequenos é ouvir o disquinho: e eles viram a cabecinha pra trás com o "serra, serra, serrador" ouvindo as histórias da coleção Disquinho. 
O Casamento do Sapo, pode ouvir quatro, cinco, muitas vezes. Está é uma fase dos mais típicos comportamentos infantis, que é o da repetição.

Por enquanto, a criança se contenta em fazer a mesma atividade três ou quatro vezes, mas o cuidador, deve saber o que o espera nos próximos meses – assistir ao mesmo filme ou contar a mesma história dezenas de vezes, até seguidas. E é bom mesmo que o cuidador tenha paciência, pois esse processo, que às vezes parece sem sentido para os adultos, é fundamental para o desenvolvimento emocional e intelectual da criança. A repetição é um mecanismo de aprendizado e de garantia de ligação afetiva com o mundo.

Avanço intelectual

Entre 2 e 3 anos as crianças usam as experiências para formar esquemas que as ajudem a antecipar os acontecimentos. "Repetir brincadeiras ou ouvir a mesma história faz com que elas aprendam a identificar objetos e situações, a perceber sucessões de fatos e também relações de causa e efeito. Essas experiências, chamadas reiterativas, é que impulsionam a criança a se aventurar em novos conhecimentos, pois elas podem fazer previsões e criar expectativas".

Para a criança, repetir é também uma forma de evitar a insegurança que o novo traz. "Quando repete histórias, desenhos, brincadeiras, ela confirma informações, capta melhor o que já viu e reforça sua identificação com algum elemento da história", diz a psicóloga. É essa identificação, principalmente, que determina quais brincadeiras ou histórias vão ser as preferidas. Só essas serão repetidas muitas vezes, e não todas as atividades do cotidiano.

Os cuidadores devem compreender e acolher essa necessidade infantil. "Não é nada fácil assistir dez vezes seguidas ao filme A Bela Adormecida, mas, com certeza, vale à pena proporcioná-los esses momentos". Mas também é importante que os responsáveis estejam atentos para oferecer à criança novas experiências. "Eles devem demonstrar interesse por outras situações e garantir as crianças a companhia e o apoio para se arriscar". Mesmo que isso, às vezes, signifique contar outras dez vezes uma nova história.

Melhor não mudar

As crianças de 2 a 3 anos precisam se certificar de que as coisas ocorrem do mesmo modo, até mesmo no mundo da fantasia. Para quem ainda não tem noção do tempo, esse é o jeito de entender que a vida continua.

E se essa é a base de sua segurança, a tentativa dos responsáveis de mudar esse processo, alterando o desfecho de uma história, por exemplo, pode deixar a criança pouco confiante, frustrado nas poucas certezas que, por enquanto, fazem parte do seu repertório.

É melhor respeitar todas as vírgulas, palavras e finais felizes. Nessa idade, a criança não gosta de trocar nem o contador da história, porque dele vem o afeto que dá o gostinho especial a essas experiências.

É importante pra criança ouvir de novo e de novo, as crianças gostam de repetição. Depois vira uma referência e lembrança da infância.

Revista Crescer : http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EDT0-15131,00.html

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