quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Vida após a morte no cinema

As telas brasileiras exibiram em 2009, com sucesso o filme “Bezerra de Menezes – O Diário de um Espírito”. Depois, assistimos produções relacionadas ao Espiritismo: “Chico Xavier” e “Nosso Lar”. Mas além dessas produções, já assistimos outras, claramente centradas na vida após a morte como o filme Besouro, dirigido por João Daniel Tikhomiroff, que conta a saga de Manoel Henrique Pereira, exímio lutador de capoeira, que nasceu na Bahia em 1897.

Como a presença constante na telona por aqui, o tema da vida após a morte já estava presente e sendo tratado de forma bastante carinhosa pela 7ª arte. Para começar a relembrar em 1990, Ghost um dos filmes mais famosos da história do cinema. É um dos mais bem sucedidos sobre o tema.
Depois, o filme baseado em um romance homônimo de Isabel Allende A Casa dos Espíritos (1993) gira em torno das relações quase sempre conflituosas da família de Clara (Meryl Streep), que tem a missão de usar o dom da mediunidade para ajudar principalmente o marido e a filha a resolverem suas desavenças.
Anjos que, em vez de fantasiosas asas, usam roupas pretas e vagam pela Terra cumprindo sua missão de proteger os humanos. . Esse é Cidade dos Anjos (1998) que, espiritualmente, deve ser visto mais como um filme no qual uma médica racional é tocada por um sinal divino e passa a acreditar que existe algo além da terra firme.
Abalado pelo trauma de ver um de seus pacientes se suicidar na sua frente, o psicólogo Malcolm Crowe (Bruce Willis) se dedica integralmente ao caso do menino Cole Sear (Haley Joel Osment) para tentar se redimir. Aos 8 anos, o pequeno médium é contatado por espíritos atormentados que pedem seu auxilio para solucionar problemas terrenos que os impedem de evoluir. Mas como Cole não percebe a intenção deles, torna-se apenas uma criança aflita, amedrontada e com dificuldades de convivência. O médico o ajuda a compreender e superar seus medos, mas também é auxiliado pelo garoto a entender parte de seus conflitos pessoais em O Sexto Sentido (1999).
Minha Vida na Outra Vida (2000) é baseado em uma obra literária, autobiográfica, que a autora Jenny Cockell afirma tratar-se de fatos reais. No cinema, a personagem que interpreta a escritora americana (Jane Seymour) passa a ter lembranças de sua vida anterior (quando era Mary), uma irlandesa que morreu na década de 30. Ao perceber que todas as suas visões são reais, ela passa a buscar os filhos que teve no passado.
Em Os Outros (2001) uma mãe vive em uma mansão isolada com seus filhos, enquanto espera o marido retornar da II Guerra Mundial. Como as crianças sofrem de uma doença rara de hipersensibilidade à luz solar, a família vive na quase completa escuridão. Apesar da rotina incomum e cercada de manias (como só abrir uma porta após a outra ser fechada), passam os dias tranquilos. Porém tudo começa a mudar quando Grace (Nicole Kidman) contrata novos empregados, que começam a quebrar suas regras e a levam a encarar um problema que acomete muitos espíritos.
Em O Mistério da Libélula (2002), o médico Joe Darrow (Kevin Costner) fica viúvo e começa a sentir que a mulher, Emily (Susana Thompson), quer se comunicar. Ela faz isso através de simbólicas libélulas e de seus antigos pacientes que, entre a vida e a morte, conseguem fazer contato com ela e podem ajudar o casal a resolver as pendências que não os deixam seguir em frente.
Vale lembre que na TV também o tema está em voga. É só conferir.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

TECNOLOGIA ASSISTIVA

“Para as pessoas sem deficiência, a tecnologia torna
as coisas mais fáceis. Para as pessoas com
deficiência, a tecnologia torna as
coisas possíveis”.
(RADABAUGH, 1993)

A sociedade mais sensível à diversidade questiona os mecanismos de segregação e conjetura percursos alternativos de inclusão social da pessoa com deficiência, emergindo, assim, diferentes paradigmas.
O momento ascendente das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) assinala para diversas configurações de relacionamento com o conhecimento e sua construção, igualmente para novas concepções e possibilidades pedagógicas.
Tecnologia Assistiva (TA) é um termo novo, que aludi um conceito ainda em processo de construção e sistematização, entretanto a utilização de recursos da TA é bastante antiga, já que a utilização de galho de árvore, por exemplo, como forma de improvisar uma bengala é caracterizado como tal.
Como escreve Manzini (2005):

“Os recursos de tecnologia assistiva estão muito próximos do nosso
dia-a-dia. Ora eles nos causam impacto devido à tecnologia que
apresentam, ora passam quase despercebidos. Para exemplificar,
podemos chamar de tecnologia assistiva uma bengala, utilizada por
nossos avós para proporcionar conforto e segurança no momento de
caminhar, bem como um aparelho de amplificação utilizado por uma
pessoa com surdez moderada ou mesmo veículo adaptado para uma
pessoa com deficiência”. (1)

Entretanto a expressão TA, aparece pela primeira vez em 1988:

“O termo Assistive Technology, traduzido no Brasil como Tecnologia
Assistiva, foi criado oficialmente em 1988 como importante elemento
jurídico dentro da legislação norte-americana, conhecida como Public
Law 100-407, que compõe, com outras leis, o ADA - American with
Disabilities Act. Este conjunto de leis regula os direitos dos cidadãos
com deficiência nos EUA, além de prover a base legal dos fundos
públicos para compra dos recursos que estes necessitam. Houve a
necessidade de regulamentação legal deste tipo de tecnologia, a TA, e,
a partir desta definição e do suporte legal, a população norteamericana,
de pessoas com deficiência, passa a ter garantido pelo seu
governo o benefício de serviços especializados e o acesso a todo o
arsenal de recursos que necessitam e que venham favorecer uma vida
mais independente, produtiva e incluída no contexto social geral”. (2)

O processo de apropriação e sistematização do conceito e classificação de TA, é incipiente e recente, no Brasil. A expressão “Tecnologia Assistiva” é utilizada ao lado de termos “Ajudas Técnicas” e “Tecnologia de Apoio”, muitas vezes como sinônimos, ou marcando diferenças na acepção de cada uma delas.
Na legislação brasileira utiliza-se a expressão “Ajudas Técnicas” no decreto
3298 de 1999 e no Decreto de 5296 de 2004, que regulamenta as leis n.10.048 de 08 de novembro de 2000 e 10.098 de 19 de dezembro de 2000. (3)
O Decreto 3298/1999 determina como Ajudas Técnicas, no seu artigo 19:

“Os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações
funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de
deficiência, com o objetivo de superar as barreiras de comunicação e
da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social”. (4)

E o Decreto 5296/2004 utiliza a definição, em seu artigo 61:

“Para fim deste Decreto, consideram-se ajudas técnicas os produtos,
instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente
projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de
deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia
pessoal, total ou assistida”. (5)

Encontra-se ausente, nas definições propostas pela legislação brasileira, a idéia de Serviços de Ajudas Técnicas, de metodologias e práticas, além das ferramentas e dispositivos, o que é uma restrição do conceito.
O Decreto 5296 dispõe sobre Desenho Universal, um conceito importante para a construção de uma sociedade mais inclusiva, ao relacionar à Acessibilidade e à TA. Desenho Universal é considerado como uma:

“(...) concepção de espaços, artefatos e produtos que visam
acolher ao mesmo tempo todas as pessoas, com diferentes
características antropométricas e sensoriais, de forma autônoma,
segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções
que compõem a acessibilidade”. (5)

O Decreto 5296 dispõe Acessibilidade como:

“(...) as condições para utilização, com segurança e autonomia, total ou
assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das
edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e
meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência ou
com mobilidade reduzida.” (5)

Com base a “Carta do Rio”, relizada na Conferência Internacional sobre
Desenho Universal “Projetando para o Século XXI”, em dezembro de 2004:

“O propósito do desenho Universal é atender às necessidades e
viabilizar a participação social e o acesso aos bens e serviços a maior
gama possível de usuários, contribuindo para a inclusão das pessoas
que estão impedidas de interagir na sociedade e para o seu
desenvolvimento. Exemplos desses grupos excluídos são: as pessoas
pobres, as pessoas marginalizadas por uma condição cultural, social,
ética, pessoas com diferentes tipos de deficiência, pessoas muito
obesas e mulheres grávidas, pessoas muito altas ou muito baixas,
inclusive crianças, e outros, que por diferentes razões são também
excluídas da participação social.” (6)

O conceito de Desenho Universal é importante para a discussão sobre
Tecnologia Assistiva, porque trás a idéia de que todas as realidades, ambientes, recursos, na sociedade, precisam ser concebidos, projetados, visando à participação, uso e acesso de todos. Esse entendimento, transcende a idéia de projetos específicos, adaptações e espaços segregados, que respondam exclusivamente a determinadas necessidades.
Assim, com a aplicação do conceito de Desenho Universal, se faz a passagem de uma realidade de segregação, de tutela, de paternalismo, para uma realidade de cidadania, de equiparação de oportunidades e de sociedade inclusiva.
O conceito de TA diferencia-se de toda a tecnologia médica ou de reabilitação, por aludir a recursos ou procedimentos pessoais, que acolhem a necessidades diretas do usuário final, mirando sua independência e autonomia. Já os recursos médicos ou de reabilitação apontam o diagnóstico ou tratamento na área da saúde, sendo, portanto, recursos de trabalho de profissionais dessa área. Os objetivos da TA, portanto, visam normalmente para recursos que geram autonomia pessoal e vida independente do usuário. Como faz notar Lauand (2005):

“(...) No sentido amplo, o objeto da tecnologia assistiva é uma ampla
variedade de recursos destinados a dar suporte (mecânico, elétrico,
eletrônico, computadorizado, etc.) à pessoas com deficiência física,
visual, auditiva, mental ou múltipla. Esses suportes podem ser, por
exemplo, uma cadeira de rodas [...], uma prótese, uma órtese, e uma
série infindável de adaptações, aparelhos e equipamentos nas mais
diversas áreas de necessidade pessoal (comunicação, alimentação,
transporte, educação, lazer, esporte, trabalho, elementos
arquitetônicos e outras)”. (7)

Como salienta Bersch (2006),

“a aplicação da Tecnologia Assistiva na educação vai além de
simplesmente auxiliar o aluno a ‘fazer’ tarefas pretendidas. Nela,
encontramos meios de o aluno ‘ser’ e atuar de forma construtiva
no seu processo de desenvolvimento”. (8)

E ainda Mantoan (2005):

“O desenvolvimento de projetos e estudos que resultam em aplicações
de natureza reabilitacional tratam de incapacidades específicas.
Servem para compensar dificuldades de adaptação, cobrindo déficits
de visão, audição, mobilidade, compreensão. Assim sendo, tais
aplicações, na maioria das vezes, conseguem reduzir as incapacidades,
atenuar os déficits: Fazem falar, andar, ouvir, ver, aprender. Mas tudo
isto só não basta. O que é o falar sem o ensejo e o desejo de nos
comunicarmos uns com os outros? O que é o andar se não podemos
traçar nossos próprios caminhos, para buscar o que desejamos, para
explorar o mundo que nos cerca? O que é o aprender sem uma visão
crítica, sem viver a aventura fantástica da construção do
conhecimento? E criar, aplicar o que sabemos, sem as amarras dos
treinos e dos condicionamentos? Daí a necessidade de um encontro da
tecnologia com a educação, entre duas áreas que se propõem a integrar
seus propósitos e conhecimentos, buscando complementos uma na
outra”.(9)
A importância do encontro da tecnologia com a educação já é de suma relevância no que se refere a qualquer tipo de aluno, tornasse muito mais preponderante em relação aos alunos com diferentes deficiências.

Bibliografia:

1- MANZINI, E. J., 2005.Tecnologia assistiva para educação: recursos pedagógicos adaptados. In: Ensaios pedagógicos: construindo escolas inclusivas. Brasília: SEESP/MEC, p. 82-86.

2- BERSCH, R., 2005. Introdução à Tecnologia Assistiva. Disponível em
http://www.cedionline.com.br/artigo_ta.html Acesso em 23 ago. 2010.

3- GLVÃO FILHO, T.A., 2009. A Tecnologia assistiva: de que se trata? Disponível em http://www.galvaofilho.net/assistiva.pdf . Acesso em 23 ago. 2010.

4- DATAPREV. Legislação. Decreto 3298 de 22/12/1999. Disponível em
http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/23/1999/3298.htm Acesso em 23 ago. 2010.

5- BRASIL, 2004. Decreto 5296 de 02 de dezembro de 2004. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm Acesso em 23 ago. 2010.

6- CARTA DO RIO, 2004. Desenho Universal para um Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável. Disponível em http://agenda.saci.org.br/index2.php?modulo=akemi¶metro=14482&s=noticias Acesso em 23 ago. 2010.

7- LAUAND, G. B. A. 2005. Fontes de informação sobre tecnologia assistiva para favorecer à inclusão escolar de alunos com deficiências físicas e múltiplas. Tese (Doutorado em Educação Especial) Programa de Pós-graduação em Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos. São Carlos,

8- BERSCH, R. 2006. Tecnologia assistiva e educação inclusiva. In: Ensaios Pedagógicos, Brasília: SEESP/MEC, p. 89-94,

9- MANTOAN, M. T. E. , 2005. A tecnologia aplicada à educação na perspectiva inclusiva. mimeo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

FILMES SOBRE A RELAÇÃO PAIS E FILHOS

A relação entre Pais e Filhos parece ser um tema que toca muita gente, assim segue uma lista de filmes para os nosso encontros.

Título: O Campeão (1979)

SINOPSE: Billy Flynn (Jon Voight) é um ex-campeão do boxe, mas que agora está na pior, afundado nas bebidas e nos jogos. Porém, seu filho T.J. (Rick Schroder) acredita no potencial de seu pai, sabe de sua condição, mas nunca deixa de afirmar que ele é seu eterno campeão. Refilmagem de um filme homônimo de 31. http://www.cineplayers.com/filme.php?id=1187

Título: Kramer versus Kramer (1979)

SINOPSE:Ted Kramer (Dustin Hoffman) é um profissional para quem o trabalho vem antes da família. Joanna (Meryl Streep), sua mulher, não pode mais suportar esta situação e sai de casa, deixando Billy (justin Henry), o filho do casal, com Ted, que tudo faz para poder educá-lo, trabalhando e fazendo as tarefas domésticas. Quando consegue ajustar seu trabalho a estas novas responsabilidades, Joanna reaparece exigindo a guarda da criança. Ted, porém se recusa e os dois vão para o tribunal lutar pela custódia de Billy. http://www.adorocinema.com/filmes/kramer-versus-kramer/
Na época era novidade a história de um pai solteiro ter que cuidar de filhos.

Título: Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas (Big Fish, de 2003),

SINOPSE:Ed Bloom (Albert Finney) é um grande contador de histórias. Quando jovem Ed saiu de sua pequena cidade natal, no Alabama, para realizar uma volta ao mundo. A diversão predileta de Ed, já velho, é contar sobre as aventuras que viveu neste período, mesclando realidade com fantasia. As histórias fascinam todos que as ouvem, com exceção de Will (Billy Crudup), filho de Ed. http://www.adorocinema.com/filmes/peixe-grande/
Tem bastante gente fascinada por essa história sobre um filho (Ewan McGregor) que tenta viver lorotas e fábulas que o pai (Albert Finney) lhe contou a vida inteira.

Título: O Pai da Noiva (Father of the Bride, 1991)

SINOPSE: Um pai de família (Steve Martin) fica louco, endividado e acometido de uma crise de ciúmes quando descobre que sua filha e o namorado irão se casar. Da festa de noivado ao grande dia, o homem cria mil confusões para não perder a única filha. http://www.adorocinema.com/filmes/pai-da-noiva/

Título: A Sombra da Dúvida (L’0MBRE DU DOUTE, 1994)

SINOPSE: O tema pesadíssimo – uma filha de 11 anos que acusa o pai de molestá-la sexualmente, na região de Bordeaux. O filme trata de um drama familiar. Conta a história de um pai, violentado sexualmente durante sua infância, e que reproduz o mesmo com seus filhos. A denuncia do pai faz com que ele seja preso, e ao final, reconheça sua culpa e arrependa-se do que fez.

Título: A Vida é Bela (La vita è bella, 1997)
Está fora de moda porque todo mundo teve uma overdose de Roberto Begnini. Mas o impacto que teve no mundo todo a história de um amor irrestrito de um pai pelo filho, que mesmo em um campo de concentração, tenta criar um mundo de fantasia para protegê-lo. Na época também foi muito criticado por tratar um assunto tão grave com humor e sentimentalismo.

Título: As Invasões Bárbaras (Les Invasions Barbares, 2003)

SINOPSE: À beira da morte e com dificuldades em aceitar seu passado, Rémy (Rémy Girard) busca encontrar a paz. Para tanto recebe a ajuda de Sébastien (Stéphane Rousseau), seu filho ausente, sua ex-mulher e velhos amigos. http://www.adorocinema.com/filmes/invasoes-barbaras/
É incrível como ainda é lembrado este drama canadense,

Título: 2 Filhos de Francisco (Brasil, 2005)

SINOPSE: Adaptação da história da dupla sertaneja Zezé de Camargo e Luciano. Francisco Camargo (Ângelo Antônio) é um lavrador do interior de Goiás que tem um sonho aparentemente impossível: transformar dois de seus nove filhos em uma dupla sertaneja. http://www.adorocinema.com/filmes/2-filhos-de-francisco/

Título: Sobre Pais e Filhos 2004

SINOPSE: Jim Winters (Anthony LaPaglia) é um homem viúvo, que cria seus dois filhos em uma modesta casa em Nova Jersey. Gabe (Aaron Stanford), o filho mais velho, deseja deixar a cidade e iniciar vida nova na Flórida, mesmo que isto signifique abandonar sua família e sua namorada Stacey (Michelle Monaghan). Já Pete (Mark Webber), o mais novo, está em uma fase rebelde, enfrentando problemas no colégio. http://www.adorocinema.com/filmes/sobre-pais-e-filhos/

Título: A Procura da Felicidade (2006)

SINOPSE:Chris Gardner (Will Smith) é um pai de família que enfrenta sérios problemas financeiros. Apesar de todas as tentativas em manter a família unida, Linda (Thandie Newton), sua esposa, decide partir. Chris agora é pai solteiro e precisa cuidar de Christopher (Jaden Smith), seu filho de apenas 5 anos. Ele tenta usar sua habilidade como vendedor para conseguir um emprego melhor, que lhe dê um salário mais digno. Chris consegue uma vaga de estagiário numa importante corretora de ações, mas não recebe salário pelos serviços prestados. Sua esperança é que, ao fim do programa de estágio, ele seja contratado e assim tenha um futuro promissor na empresa. Porém seus problemas financeiros não podem esperar que isto aconteça, o que faz com que sejam despejados. Chris e Christopher passam a dormir em abrigos, estações de trem, banheiros e onde quer que consigam um refúgio à noite, mantendo a esperança de que dias melhores virão. http://www.adorocinema.com/filmes/a-procura-da-felicidade/

O roteirista Steven Conrad dramatiza o que já era duro. "Carrega na tinta". O paizão perfeito, que não mede esforços para proteger sua cria.

Título: A Morte Inventada 2008

SINOPSE: Alienação Parental. Revela o drama de pais e filhos que tiveram seus elos rompidos por uma separação conjugal mal conduzida, traz o testemunho de pais, filhos e profissionais de direito, psicologia e serviço social sobre as causas, condições e soluções da questão.

Cláudia Medrado Martins
Psicóloga

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

HOMENAGEM AO DIA DOS PAIS

Há contos de fadas modernos? Ou melhor, há histórias modernas e contemporâneas aptas a instigar a imaginação de crianças e de ser-lhes tão úteis como os contos de fadas foram e continuam sendo?
Embora as crianças utilizem contos tradicionais na elaboração de questões íntimas, hoje cada vez mais as novas histórias têm capturado nossas crianças. As novas hitórias não são as mesmas que seus antecessores. Ainda mais porque a modernidade nos brinda com conflitos diferentes daqueles que envolviam nossos antepassados.
Para homenagiar o Dia dos Pais o site da UOL separou diversas imagens de histórias modernas que envolvem pais e filhos. Para dar alguns exemplos: Gepeto e Pinochio, Calvin e seu Pai,Imenso e Soluço. Vale conferir: http://criancas.uol.com.br/album/Pais_personagens_album.jhtm?abrefoto=11#fotoNav=40
Iniciei citando Pinochio, porque, embora essa história possa ser associada a personagens da tradição, que são filhos que tão preocupação aos seus pais (no caso, Gepeto foi quem criou o boneco de madeira chamado Pinóquio, que ganhou vida, mais tarde, graças a uma fada), como imaginar um personagem que foge da escola? A escola para todos nós e inclusive as nossas dificuldades para com ela, é uma tema não tradicional no campo da ficção. O respeito aos pais, a conquista de um lugar ao sol através do trabalho e não da esperteza, tal como o cuidado com as tentações oriundas de más companhias, são temas persistente na história.
O que dizer de Calvin, que é tão sarcáticos a respeito da infância e da família, que é preciso ter atingido a puberdade para compreender seu ponto de vista? Os pais de Calvin, nunca tiveram nomes, porque na medida em que a tira se desenvolve eles são importantes apenas como mãe e pai de Calvin. ... Calvin é criança para o deleite dos adultos, que colocam nele o melhor de sua curiosidade e perspicácia. Calvin reside no reino do humor e trabalha como revelador de dificuldades do mundo moderno, neurótico e caótico que construímos.
Soluço é o filho do chefe da tribo Stoico, o Imenso , mas não leva o menor jeito para ser um grande viking. Pequeno e desajeitado, o garoto não tem o porte físico para enfrentar dragões, como seu pai. Soluço decide treinar seu esquelético, desdentado e desajeitado dragão para se tornar um herói. Os vikings-mirins eram educados para substituir os pais na batalha contra os grandes dragões. É ai que começa sua luta para mostrar a todos que uma convivência pacifica é possível, fazendo uma analogia clara aos estereótipos, preconceito e quebra de paradigmas.“Como Treinar Seu Dragão” é uma história que aborda temas como relacionamentos entre pais e filhos, mudanças de pensamentos e atitudes, além de mostrar como é sempre bom ter a mente aberta para novas experiências.
Partindo de pressupostos clássicos, as histórias modernas se baseiam na beleza dos detalhes e no valor de suas mensagens. Pais e filhos são confrontados com o mundo educador. Nessa fase inaugural, quando pai e filho estão encenando seus papéis um para o outro, não fica claro o que o filho ganha e sim o que ele perde. A função paterna não é um privilégio do pai, ela está em cada circunstâncias cerceadora, em cada castigo que a vida impõe, em cada ensinamento pelo qual se aprende errado. A constração da paternidade é um processo que também cabe a mãe.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

DE OLHO NOS FILHOS NA WEB

Publica em 04/08/2010
às 7:00 \ Dicas, Segurança

"No computador

Os perigos da web justificam a intromissão dos pais na vida digital dos jovens. Para ajudar no monitoramento, programas e sistemas operacionais – como o Windows – oferecem recursos e serviços que podem facilitar o seu trabalho.

JOGO DE CENA

Eu estava lendo o blog do Jean-Claude Bernadet e resolvi compartilhar: o site está aí para conferir - http://jcbernardet.blog.uol.com.br/

Sinópse do filme "Jogo de Cena":
Atendendo a um anúncio de jornal, 83 mulheres contaram sua história de vida em um estúdio. 23 delas foram selecionadas, em junho de 2006, sendo filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano várias atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas por estas mulheres.http://www.adorocinema.com/filmes/jogo-de-cena/

O jogo de cena é que nos interessa. O documentário nos apresenta coisas, aparentemente normais, parecem fora de lugar: mulheres comuns parecem assumir o lugar das atrizes, entrando num palco para interpretar algumas histórias, que podem pertencer ou não a elas.
A partir daí seguimos os relatos sendo contados e entrecortados por mais de uma, às vezes mais de duas vozes, que se complementam completando a história. Disso surge a pluralidade de interpretações de um mesmo texto, que ainda que seja o mesmo, não se repete, apesar de resguardar os sentimentos do discurso original.
O interessante em "Jogo de Cena" é que a brincadeira é com o ato de interpretar. Interpretar os outros ou interpretar a si próprio, são apenas níveis diferentes de uma mesma ação.
Três atrizes 'profissionais' passam pela experiência: Andréa Beltrão revela, ao interpretar, algumas escolhas pessoais e se emociona por não crer no mesmo que sua personagem, deixando claro que em geral é difícil não se deixar envolver; Fernanda Torres faz uma pequena reflexão sobre como "sentiu" a personagem, finalizando por contar uma interessante história que não se pode dizer se ocorreu com ela ou com outra pessoa, ou sequer se realmente ocorreu; já Marília Pêra que de início pareceu tímida, interpretando aquela mulher que dizia chorar sempre que assiste ao filme Procurando Nemo, é a mais impessoal das atrizes, se limitando a interpretar e até cantar como a personagem. Marília leva ao palco do filme uma curiosidade: o tal cristal japonês usado para fazer brotarem lágrimas.
Mesmo com a repetição dos relatos, que é intencional, é impossível não se emocionar com a mesma história.
Sobre a exposição de Sophie Calle, aqui no Brasil, mexeu muito com público. Aproveito para citar a interatividade do Museu de Arte Moderna da Bahia, que incentivou o público a postar uma foto, um vídeo, um texto que representasse o que a pessoa tinha sentido ao visitar a exposição de Calle "Cuide de você" (http://www.sophiecalle.com.br/).
Bom, a exposição já passou vale conferir o site. Já o filme é assistir...
E refletir que por mais que o relato seja anterior à vivência, o humano que o realizará o reconfigurará em outros gestos, pelo simples fato de ser humano.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

CONTOS DE FADAS

A literatura, em suas diferentes formas é capaz de transmitir e despertar emoções nas crianças e também em adultos, porque entre um conto e outro este nos passa algum valor a ser seguido de maneira sutil, como; amor, bondade solidariedade, esperança, amizade, promovendo uma maior aproximação entre pais e filhos.
Os contos de fadas podem servir de mediadores na formação de valores nas crianças, conservando neles até a fase adulta, o sonho de manter acesa a chama colorida da infância.
O interesse pela fantasia começa muito cedo, não há infância sem fantasia, e a fantasia se nutre da ficção, daí não haver infância sem ficção.
No seu livro, A Psicanálise dos Contos de Fadas, Bruno Bettelheim relata e explica através dos contos o impacto psicológico de situações em acontecimentos onde envolvam a criança mostrando a visão infantil a cerca de determinados assuntos.
Contos de fadas não necessitam ter fadas, mas precisam ter algo de extraordinário, encantador. Os contos tem em comum com os mitos o fato de não terem propriamente sentido, são estruturas que permitem gerar sentidos, daí qie toda interpretação será parcial.
O que fica de importante num conto para a criança é o que ele faz reverberar em sua subjetividae, aliado ao fato de como chegou até ela. Os contos de fadas consagram e contemplam uma forma arcaica e tradicional de sociedade. Um dos aspectos da magia presentes nos contos de fadas é a forma que os leitores encontraram de liberar os contos de seu próprio discurso.
O conto não é um objeto imóvel, ele é (re)apropriado de várias maneiras, não é repetido ao infinito da mesma forma.
Embora as crianças continuem usando contos tradicionais para apoiar e elaborar seus conflitos íntimos, essas histórias não são as únicas que elas sabem de cor. Muitas histórias novas têm cativado as crianças. A modernidade apresenta questões diferentes das que envolviam nossos antepassados.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A Balada de Narayama

A Balada de Narayama, Japão, 1983, 128 min.
2003, 95 min.
Fim do século XIX, em meio à pobreza e miséria que causavam guerras e emigração para terras estrangeiras, em algumas regiões do Japão, numa luta dura pela sobrevivência, instituiu-se uma tradição amarga: ao completar 70 anos de idade, os moradores dos humildes vilarejos devem subir ao topo da montanha local, uma região sagrada e, como elefantes velhos, devem esperar pela hora da própria morte, sozinhos.
Em A Balada de Narayama o olhar mais "natural" para a morte humana aparece entre os habitantes da pequena aldeia. Apesar da maioria dos personagens parecer encarar a morte com tranqüilidade, e até alívio já que a região é marcada pela escassez de alimento, e cada boca a mais torna-se um peso, o filme mostra também o sofrimento do filho da velha Orin em aceitar a tradição. O próprio marido de Orin desaparecera quando sua mãe estava com 69 anos, próximo ao momento de ser levada a Narayama. A personagem diz ao filho que "regras são regras, e o sentimento tem que ser deixado de lado" para que ele cumpra a tradição na qual o tempo cultural se sobrepõe ao tempo biológico. Afinal, Orin, uma senhora ativa, trabalhadora, com seus trinta e três dentes, apresentava uma vitalidade invejável.

Processo psicológico do assédio moral no trabalho

Hoje o trabalho é fonte de profunda angústia para muitas pessoas. Esse sofrimento é trazido diariamente aos consultórios. O assédio moral difere de outros tipos de conflito porque é caracterizado por ações antiéticas. Pode ser multilateral, vertical, horizontal ou ascendente.
Por meio de diversas humilhações, a vítima é engendrada num processo de desestabilização que a priva de sua própria personalidade, ao mesmo tempo em que a isola de outras pessoas que possam lhe ajudar a refletir.
Já com a vítima dilacerada, um verdadeiro “ritual” pontuado de estratégias de violências e de agressões aplicados em doses impactantes. A trama comporta um inegável elemento destrutivo uma vez que a vítima não tem mais resistência para reagir e o agressor usa e abusa dos seus poderes para manipular o indivíduo.
O assédio moral repercute na família, com separações conjugais, abuso de drogas, lícitas ou ilícitas, dentre outras.
A família pode oferecer o apoio para aquele que sofre. A empresa deve combater as formas de discriminação, assédio moral e sexual e propagar o respeito à dignidade e à cidadania, mas a pessoa deve procurar ajuda especializada.
A psicoterapia é um espaço favorável para elaboração de questões emocionais, um lugar/tempo/modo privilegiado de estabelecer diálogos construtivos e abrir novos canais de comunicação.

Cláudia M. Martins
Psicóloga

Serviço:
Atendimento Psicológico – Tijuca, Metrô São Francisco Xavier, Rio de Janeiro
Tel: 9259-1729
Email: clamedmar@gmail.com

Sobre o "Medo Liquido" de Bauman


Zygmunt Bauman utiliza o termo “líquido” para nomear questões da atualidade. No livro “Medo Liquido” Bauman, trabalha com esta idéia de liquidez, pois a imagem de um medo que escorre e penetra em pequenos espaços parece ser cada vez mais presente na sociedade contemporânea.

Para Bauman, em uma sociedade “sólida”, as instituições são estáveis e o indivíduo pode se apoiar nelas. Em uma sociedade líquida, os laços sociais são fluidos, incertos, as posições sociais são inseguras e a perda de referências estariam gerando medos difusos, confusos, flutuantes, principalmente pela dificuldade de estabelecimento de estratégias a longo prazo.

Bauman descreve três tipos básicos de perigos dos quais derivariam todos os medos.

O primeiro seria os perigos que ameaçam o corpo e as propriedades, um segundo tipo, mais geral, ameaça a durabilidade da ordem social, como, por exemplo, o emprego, a segurança, por fim, os perigos que ameaçam o lugar da pessoa no mundo, sua posição social, sua identidade, ou seja, o medo da exclusão.

Detalhando esses tipos de medo, ele aborda o pavor da morte ou o “medo original”, o medo do mal, o horror do inadministrável e o terror global.

O medo da morte é visto por Bauman como um medo inato, endêmico, do qual não se pode fugir. Esse medo seria, provavelmente, o preço cobrado pela nossa humanidade. Ser humano é tomar consciência da morte, de sua inevitabilidade e da “apavorante tarefa de sobreviver à aquisição desse conhecimento” (p. 45).

O medo e o mal são inseparáveis como irmãos siameses e talvez até mesmo dois nomes de uma só experiência. Explorando a questão “o que é o mal?”, o autor faz a distinção entre os males naturais (como terremotos, inundações e outros desastres) e os males morais; os primeiros aleatórios e imprevisíveis e os segundos marcados pela intencionalidade ou premeditação, sendo estes representados na atualidade pelas diversas formas de extermínio praticadas principalmente no século XX e pelo terrorismo onipresente no século XXI.

Bauman detalha o “horror do inadministrável”, provocado principalmente pelo potencial de autodestruição alcançado pela sociedade, potencial este presente principalmente nas armas desenvolvidas e acumuladas desde a guerra fria e que já seriam suficientes para exterminar a humanidade, e elas não são as únicas a nos ameaçarem cotidianamente, pois hoje somos também responsáveis pelos males tidos como “naturais”, já que muitas das catástrofes naturais são devidas ao desequilíbrio gerado pela humanidade no processo de modernização e que, embora pareça ser um mal distribuído equitativamente e de modo aleatório, até o momento a realidade tem se encarregado de desmentir essa aparência, atingindo predominantemente a população pobre.

Do furacão Katrina, que dizimou prioritariamente os negros pobres de Nova Orleans, às enchentes e desmoronamentos em favelas do Brasil, vemos cada vez mais a confirmação desta tese.

Há ainda o medo do terror global, que atinge a todos por meio da globalização. Se globalização é inelutável e irreversível e tudo o que se passa em uma parte qualquer do mundo afeta a vida das pessoas no mundo inteiro, nenhum país, por mais vasto, soberano ou rico que seja, pode proteger totalmente a condição de vida, a segurança, a prosperidade, o modelo social ou a sobrevivência de seus habitantes. A globalização deixou de estar ligada somente ao capital financeiro, às comunicações e ao comércio e já se estende também à criminalidade, ao tráfico de drogas e ao terrorismo e, para provocar ainda mais medo, as forças de ação política efetivas são ainda incapazes de agir fora do âmbito local.

Bauman não acredita na possibilidade de buscar soluções locais para lutar contra os produtores globais do medo. Para ele, as saídas locais servirão sempre como paliativos, pois não estarão em condições de corrigir as conseqüências negativas da globalização.

As ferramentas para a solução dos males globais não existem, precisariam ser criadas e a segurança só voltará quando a humanidade recuperar o controle sobre as forças que definem nossa condição.

O sentimento de impotência persistirá porque “não parecemos mais estar no controle, seja sozinhos, em grupos ou coletivamente, dos assuntos de nossas comunidades, da mesma forma que não estamos no controle dos assuntos do planeta” (p. 167).

Para Bauman, pode-se tomar medidas locais para minimizar os impactos advindos do processo mundial, como, por exemplo, promover a cooperação, a amizade e a compreensão mútua entre os cidadãos, combatendo a xenofobia, o preconceito e as desigualdades, preservando recursos naturais, como a água potável, por exemplo, proteger as áreas essenciais para a vida, como a produção de alimentos e saúde, da invasão predatória e desigual das indústrias.

Concordo com Bauman ao dizer: “O único início promissor de uma terapia contra o medo crescente e, em última instância, incapacitante é compreendê-lo, até o seu âmago – pois a única forma promissora de continuar com ela exige que se encare a tarefa de cortar essas raízes” (p. 229).