Vestir-se só de Homem-Aranha, de Batman, Zorro, Vampiro, caipira de festa junina e fantasma de lençol. A criança está vivendo a chamada fase do jogo simbólico, uma etapa especial do crescimento, em que é comum a criança vestir fantasias e incorporar personagens que a ajudam a desenvolver a imaginação e a expressão emocional, facilitando a resolução de conflitos internos e externos.

Por volta dos 3 anos, a criança está concentrada nas habilidades corporais, para adquirir controle motor. "Ela tem mais necessidade de andar, correr, pegar e jogar objetos, e usa os jogos ou exercícios de repetição".
"Quando passa a imitar pessoas e animais, na ausência desses modelos, a criança inicia os jogos simbólicos. Ela está criando o imaginário".
Nesse processo, ela desenvolve a linguagem e, ao mesmo tempo, a inteligência, começando a aprendizagem de conceitos e valores.
Bem e mal

Mas os aspectos negativos e agressivos dos vilões e dos animais perigosos também são imitados. "As necessidades e os impulsos das crianças nem sempre são aprovados pelos adultos, nem por ela própria. Vestindo a fantasia de bruxa, por exemplo, ela pode expressar mais facilmente, sem censura ou culpa, a própria agressividade".
As fantasias são usadas ainda para uma primeira associação de gêneros: os meninos bancam os super-heróis e as meninas, as princesas. "Mas não há nenhum mal no fato de garotos quererem experimentar roupas femininas", garante a pedagoga Maria Ângela. "O importante é dar diferentes opções de fantasia à criança".
Deixa brincar
Os jogos de imaginação das crianças são uma boa oportunidade para os pais aprenderem mais a respeito delas. "Elas podem dar pistas do que gostam ou não gostam, pois ressaltam isso nas fantasias". À medida que a criança cresce, vestir a fantasia passa a ter menos importância, mas as brincadeiras simbólicas ficam mais sofisticadas, com enredos mais complexos e a exigência da reprodução detalhada da situação imitada. O único alerta é para o caso de crianças muito imaginativas, que se convencem de ter os poderes invocados pela fantasia e podem agir de forma perigosa, como se fossem de fato o personagem fantasiado.
Revista Crescer
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