quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Poema de Casimiro de Abreu


O QUE É - SIMPATIA


Simpatia - é o sentimento
Que nasce num só momento,
Sincero, no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.


Simpatia - são dois galhos
Banhados de bons orvalhos
Nas mangueiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.


São duas almas bem gêmeas
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.


Simpatia - meu anjinho,
É o canto do passarinho,
É o doce aroma da flor;
São nuvens dum céu d'Agôsto,
É o que m'inspira teu rosto...
- Simpatia - é - quase amor!

Indaiaçu - 1857.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

SINDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL

Síndrome de Alienação Parental


http://portalcienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/43/artigo147870-1.asp

A psicanalista Françoise Dolto produziu extenso trabalho que traduziu toda a angústia de um filho atingido pela experiência da separação e a falta de comunicação entre pais em litígio. No livro “Quando os pais se separam”, a francesa, explicita, de maneira clara os dolorosos malefícios causados pela desqualificação promovida por um dos genitores em relação ao outro na formação psíquica e afetiva da criança.
Em 1985, o psiquiatra norte-americano Richard Gardner descreveu e batizou de Síndrome da Alienação Parental (SAP) o processo pelo qual esta desqualificação é levada aos extremos, buscando alienar totalmente um dos genitores da vida da criança.

A discussão da Síndrome de Alienação Parental chegou às salas dos cinemas brasileiros com o filme “A morte inventada”. O documentário, escrito e dirigido por Alan Minas, reúne depoimentos de juristas, advogados e psicólogos, além do testemunho de pais e filhos envolvidos no processo sobre o tema. A agenda contendo datas e locais das exibições está disponível no site www.amorteinventada.com.br.

O site internacional PAS Kids traz artigos detalhados sobre os tipos de alienadores e também alerta para os sinais apresentados pela criança:
• como atraso para voltar do encontro com o genitor,
• a recusa em querer se encontrar com algum dos pais, entre outros.

A falsa acusação de abuso sexual tem sido o último recurso de uma mãe (ou pai) que tenta afastar seu filho do ex- -cônjuge. Mas sua gravidade não tira o peso das outras atitudes do dia a dia. Segundo o psicanalista americano Douglas Darnall, em seu livro “Protegendo seus filhos da alienação parental”, “o genitor alienador é produto de um sistema em que todo o seu ser se orienta para a destruição da relação dos filhos com o outro genitor”. A gravidade de tais denúncias, se comprovadas suas falsidades, revelam a que estaria disposto um alienador mesmo sabendo do risco que envolve a saúde mental da criança.
As crianças durante este período de transição e adaptação são muito susceptíveis a incorporar as perdas e a tristeza de cada um dos envolvidos e a de tentarem cobrir e satisfazer a necessidade de atenção dos progenitores, principalmente quando detectam que um está sofrendo mais do que o outro.
As crianças vivenciando os conflitos reais de uma separação litigiosa podem construir crenças sobre apoio social precário, possuem pior autoconceito, medo de abandono, dificuldades em comportamentos interpessoais, queda de rendimento escolar e cognitivo, autoculpa, etc.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"Ensinem os filhos a falhar"

Nos últimos trinta anos, o modelo tradicional de família passou por alterações importantes, especialmente no mundo ocidental. A ideia dos pais como senhores do destino dos filhos vem ruindo progressivamente, no ritmo das transformações sociais. As consequências disso não são necessariamente ruins, como explica o psicanalista belga Jean-Pierre Lebrun,em entrevista à revista Veja de 09/12/09, após participar do 3º Encontro Franco-Brasileiro de Psicanálise e Direito. Link abaixo:

http://veja.abril.com.br/091209/ensinem-filhos-falhar-p-021.shtml

Alguns trechos:
Até pouco tempo atrás, a sociedade era hierarquizada, de forma que havia sempre um único lugar de destaque. Ele podia ser ocupado por Deus, ou pelo papa, ou pelo pai, ou pelo chefe. Isso foi se desfazendo progressivamente, e o processo se acentuou nos últimos trinta anos. Hoje a organização social não está mais constituída como pirâmide, mas como rede. E na rede não existe mais esse lugar diferente, que era reconhecido espontaneamente como tal e que conferia autoridade aos pais. As dificuldades para impor limites se acentuaram, causando grande apreensão nas pessoas quanto ao futuro de seus filhos.
É preciso ensiná-los a falhar. Uma coisa certa na vida é que as crianças vão falhar, não há como ser diferente. Hoje os filhos se tornaram um indicador do sucesso dos pais. Isso é perigoso, porque cada um tem a sua vida. Não é justo que, além de carregarem o peso das próprias dificuldades, os filhos também tenham de suportar a angústia de falhar em relação à expectativa depositada neles.
O que vale é a capacidade dos pais de fazer os filhos crescer. De incutir-lhes a verdadeira condição humana. Esse é o bom ambiente familiar, independentemente do desenho que a família tenha.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A FÁBULA DO PORCO ESPINHO

A fábula do Porco-espinho

Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.
Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha:
Ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.

Moral da História

O melhor do relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades.